Lengalenga

Quando era miúdo comia muito arroz. Fosse qual fosse o motivo o rei dos acompanhamentos era o dito. Talvez porque fosse mais simples ou quem sabe mais económico, sinceramente não sei dizer qual o motivo. A coisa era de tal ordem que me lembro de entoar com o meu irmão a lengalenga, “Para que Deus nos criou? Para comer arroz…”. Na altura ainda não tinha chegado a moda do risoto, e a coisa podia variar entre o simples arroz de manteiga e o saudoso arroz de tomate. Passaram anos até que se introduziram na nossa alimentação os “champignons” e muitos mais até que comecei a ver como algo normal outro tipo de cogumelos. Nesta receita recrio uma versão do risoto de cogumelos.

"Risoto de Cogumelos"

Nível de dificuldade:

Fácil

Tempo de elaboração:

40 min.

 

4 pessoas

 

Ingredientes:

50 g de cogumelos desidratados

1 cebola média

2 dentes de alho

250 g de arroz carolino

100 ml de vinho branco

50 g de queijo parmesão

Água

Azeite

Preparação:

Cerca de duas horas antes de preparar o arroz coloque os cogumelos numa tijela e cubra com água até cobrir. Descasque e pique a cebola e o alho. Refogue em lume brando num tacho com o fundo coberto de azeite até que a cebola fique translúcida. Adicione o arroz, sem lavar e mexa durante dois a três minutos. Entretanto aqueça a água onde hidratou os cogumelos. Acrescente os cogumelos escorridos, mexa durante dois minutos e junte o vinho. Assim que os cogumelos e o arroz começarem a absorver o vinho junte duas conchas da água. Mexa de vez em quando e quando vir que o arroz absorveu o caldo junte uma concha de água. Repita a operação até verificar que o arroz está al dente. Tempere com sal e pimenta e junte o parmesão ralado envolvendo bem. Sirva imediatamente.

Açorda de alho...

Um prato de que não gostava quando era miúdo e era açorda de alho com peixe frito… Durante uns tempos o almoço da sexta-feira era esse e inevitavelmente havia um braço de ferro entre a minha mãe que insistia para que comesse aquilo e eu que me recusava, dizendo que não gostava! Escusado será dizer quem vencia habitualmente… O que mais me estranhava era que me dissessem que quando era pequeno comia essas migas e nem resmungava… Acredito que não me mentissem, pois atualmente como essas e outras e até gosto…

"Pescadinhas de Rabo na Boca com Açorda de Alho"

Nível de dificuldade:

Muito fácil

Tempo de elaboração;

30 min

 

4 pessoas

 

Ingredientes:

1 kg de pescadinhas

Farinha qb.

Óleo para fritar

400 g de pão alentejano ou tipo Mafra

4 dentes de alho

1 ovo

Azeite

Sal

Água

Salsa ou coentros.

Preparação:

Tempere as pescadinhas com um pouco de sal cerca de duas horas antes e reserve no frigorífico. Corte o pão em fatias finas. Descasque os alhos, pique e aloure ligeiramente num tacho com o fundo coberto de azeite. Quando os alhos estiverem dourados, junte o pão e mexa para embeber o azeite. Adicione água quente e mexa até desfazer completamente. A quantidade de água depende da consistência que quiser para a açorda. Adicione um ovo batido e envolva bem. Tempere com sal e sirva com um pouco de salsa ou coentros picados por cima.

Coloque o rabo das pescadinhas na boca e feche os dentes para segurar. Passe as pescadinhas por farinha e sacuda para retirar o excesso. Frite de uma em uma em óleo bem quente, (cerca de três minutos). Retire e coloque num prato com papel absorvente para retirar o excesso de gordura. Sirva imediatamente.

Arroz de tomate e peixe frito

 

Não imaginava até que ponto tinha saudades deste tipo de comida! Carapaus fritos com arroz de tomate era um prato que tanto a minha mãe como a minha avó preparavam habitualmente às sextas-feiras e que eu não sendo apreciador de peixe adorava. Uma refeição simples que está pronta em meia hora

"Carapaus Fritos com Arroz de Tomate"

Nível de dificuldade:

Muito fácil

Tempo de elaboração:

30 min

 

4 pessoas

 

Ingredientes:

1 kg de carapaus

Óleo vegetal

Farinha q.b.

2 chávenas de arroz carolino

5 chávenas de água

3 tomates maduros

1 pimento vermelho

2 dentes de alho

1 folha de louro

 Azeite

 Sal

 Pimenta

 

Preparação:

Tempere os carapaus com sal grosso e reserve enquanto prepara o arroz. Pique a cebola e os dentes de alho e aloure num tacho com o fundo coberto de azeite. Lave os tomates e o pimento. Descasque os tomates, retire as sementes, corte em pedaços pequenos e junte com uma folha de louro ao refogado. Limpe o pimento de sementes corte em pedacinhos e adicione aos restantes ingredientes e deixe ferver mexendo para que não se pegue e ajudar a que os tomates se desfaçam. Junte a água quente e espere que ferva antes de juntar o arroz. Tempere com sal e pimenta, tape e deixe cozinhar cerca de quinze a vinte minutos, ou até que o arroz esteja no ponto. Se necessário adicione um pouco mais de água. Mantenha tapado até ao momento de servir. Enquanto o arroz coze aqueça o óleo para fritar os carapaus. Coloque um pouco de farinha num prato e passe os carapaus de um em um na farinha, sempre pelos dois lados. Sacuda ligeiramente para retirar o excesso de farinha e comece a fritar, poucos de cada vez e dando-lhes a volta para que fritem de forma uniforme. Coloque sobre papel absorvente para retirar o excesso de gordura e sirva com o arroz.

Nota: Pode retirar uma chávena de água à receita se pretender um arroz mais seco.

Olha o pastel!

Se havia coisa que gostava era de um pastelinho de bacalhau. Esta comida tão típica do nosso Portugal é muitas vezes servida como entrada nalguns restaurantes. As receitas variam ligeiramente, mas também depende do gosto de cada um. Na minha casa por exemplo lembro-me que tinham a salsa picada que lhes dava um certo toque, mas sem abusar. Muita atenção porque por vezes o excesso de salsa pode dar um certo amargor ao pastel. Esta é uma daquelas receitas em que podem pedir ajuda aos mais pequenos para moldar os pastéis com as colheres.

"Pastéis de Bacalhau"

Nível de dificuldade:

Médio

Tempo de elaboração:

60 min

8 pessoas

 

Ingredientes:

600 g de bacalhau desfiado
400 g de batata
1 cebola
3 dentes de alho
4 dl de leite
1 raminho de salsa 
4 ovos
Sal
Pimenta
Azeite
 
Preparação:
Coza as batatas com casca em água a ferver durante quinze a vinte minutos. Escorra, deixe arrefecer e retire a pele. Pique a cebola e o alho e refogue num fio de azeite, mexendo para que não se queime. Esmague as batatas, adicione o bacalhau desfiado a cebola, o alho refogado as gemas batidas com o leite e a salsa picada. Bata as claras em castelo bem firme e adicione envolvendo bem. Rectifique os temperos. Com a ajuda de duas colheres molde os pastéis. Num tacho coloque azeite suficiente para fritar os pastéis. Quando estiver bem quente  coloque dois ou três de cada vez dando-lhes a volta para que não se queimem. Escorra em papel de cozinha e sirva acompanhado de arroz de tomate.
 
Nota: Se preferir pode congelá-los. Coloque num tabuleiro e leve ao congelador cerca de uma hora. Passado esse tempo guarde em sacos de congelação.

Os restos da Garoupa

Fumet para cá, fumet para lá... depois de limpar as espinhas sobrou uma boa quantidade de Garoupa. A primeira ideia que tive foi aproveitar num arroz ou numa omelete, mas entretanto um amigo sugeriu uns folhadinhos. Parecia uma boa ideia e como havia massa folhada no frigorifico resolvi experimentar. Juntei um pouco de imaginação e até quem não é ou era muito apreciador de peixe este petisco é de comer e chorar por mais!

"Folhadinhos de Garoupa"

Nível de dificuldade:

Muito fácil

Tempo de preparação:

40 min 

4 pessoas

Ingredientes:

300 a 400 g de garoupa cozida

25 g de manteiga

2 colheres de sopa de farinha

2 dl de leite

1 cubo de caldo de peixe

Sal

Pimenta

Noz-moscada

Queijo ralado

Massa folhada

Azeite

Preparação:

Unte as formas com um pouco de manteiga ou margarina. Corte discos de massa folhada e forre as formas. Comece por fazer o molho bechamel. Num tacho coloque um fio de azeite e a manteiga. Enquanto  esta derrete  esmague o cubo de caldo de peixe com uma colher. Junte a farinha e misture para cozer ligeiramente. Adicione o leite morno mexendo sempre até que a farinha esteja desfeita. Seguidamente junte o peixe, limpo de espinhas e partido em pedacinhos. Deixe engrossar ligeiramente. Tempere com sal e noz moscada e pimenta a gosto. Coloque o creme dentro das formas. Cubra com um pouco de queijo ralado e leve ao forno até que a massa esteja cozida. Antes de servir gratine ligeiramente. Sirva quente acompanhado de uma salada.

Nota: Esta receita foi concebida para aproveitar aquele peixe cozido que sobrou do almoço ou jantar, ou neste caso de um fumet.

Os pastéis de massa tenra...

Adorava pastéis de massa tenra. Acabadinhos de fritar eram bons, mas mesmo depois de frios eram uma tentação.

Há muitos mas mesmo muitos anos que não os provava e já tinha pensado fazer, mas não chegava o dia. Encontrei a receita da massa da minha mãe, fiz o recheio de galinha de que gosto... e passei uma tarde na cozinha a estender massa!

Quando lhes digo que esta receita é ideal para uma tarde de inverno em familia não os engano. Se tiverem filhos e quiserem ajudar pode ser uma experiencia divertida.

Não se preocupem, porque a quantidade de pastéis que vai sair é enorme!

"Pastéis de Massa Tenra"

Grau de dificuldade:

Médio

Tempo de Elaboração:

+ de 180 min.

 

Ingredientes:

Recheio:

1 Frango limpo, 1,400 kg

2 Cebolas

4 Dentes de alho

2 Folhas de louro

1 Ramo de salsa

250 ml Vinho Branco

4 Gãos de pimenta

4 Cravinhos

2 Colheres de sopa de farinha

2 Colheres de sopa de vinagre

2 Ovos

Azeite

Sal

Pimenta

Noz moscada

Piri-piri

 

2 ovos para pincelar os pastéis.

 

Massa:

1 kg de Farinha tipo 55

200 gr de Banha de porco

Água

Sal

Preparação:

Descasque o alho e uma cebola e espete nela os cravinhos. Parta o frango em quatro, retire a pele e coloque na panela de pressão junto com a cebola, as folhas de louro, os dentes de alho, o ramo de salsa e os grãos de pimenta na panela de pressão. Adicione o vinho branco e a água até cobrir o frango. Tape e leve ao lume. Quando começar a ferver deixe vinte minutos e apague o  fogão. Abra a panela apenas quando tiver arrefecido completamente.

Retire o frango, desosse e corte em pedacinhos pequenos. Se preferir pode triturar com o robot de cozinha. Descasque uma cebola, pique em pedacinhos bem pequenos e leve a alourar com um pouco de azeite. Quando estiver transparente adicione o frango, um pouco de caldo que préviamente coou. Mexa e junte duas colheres de vinagre, (a seu gosto), as duas colheres de farinha e duas gemas batidas. Tempere com sal, pimenta, noz moscada e um pouco de piri-piri. Deixe ferver mexendo de vez em quando para não pegar. Retifique os temperos. Quando tiver atingido a consistencia desejada apague o lume e deixe arrefecer.

Para fazer a massa coloque a farinha numa tijela grande. Abra um buraco no centro e adicione a banha amolecida. Comece a amassar. Vá adicionando a água morna e uma pitada de sal. Continue a amassar até formar uma bola e se soltar bem das mãos.

Polvilhe a mesa com farinha e comece a estender um pouco de massa até formar uma pelicula fina mas que não se fure. Corte discos com um copo de whisky. Coloque o recheio com uma colher de sobremesa. A quantidade depende mas convém que seja a suficiente para permitir fechar os pastéis sem que saia o recheio. Para selar os pastéis pode pincelar a massa com um pouco de água para que ao pressionar as duas partes de massa estas colem uma com a outra.

Forre um tabuleiro com papel vegetal. coloque os pastéis um pouco separados. Pincele por ambos os lados com ovo batido e leve ao forno pré aquecido até que estejam dourados.

Compotas

No verão dispomos de uma grande variedade de frutos e vegetais. Muitas vezes por causa do calor nem apetece sair. Então e se aproveitarmos para fazer alguns doces ou compotas para o outono e inverno que se aproximam?

Requer um pouco de paciência, mas não há dúvida que compensa!

Doce de melão e baunilha

Grau de Dificuldade:
Muito Fácil
Tempo de elaboração:
30 + 180 min.

Ingredientes:

Melão

Açúcar

1 Vagem de Baunilha 

1 Limão

Preparação:

Corte o melão e retire as pevides e a casca. Corte a polpa em pedaços pequenos e pese.

Por cada kg. de melão necessita 600 gramas de açúcar. Coloque o melão numa panela larga, o açúcar e o sumo de um limão. Corte a vagem de baunilha ao meio no sentido longitudinal, e retire as sementes com o bico de uma faca. Coloque-as assim como as vagens com os restantes ingredientes na panela. 

Deixe cozer a lume brando, com a panela ligeiramente destapada para não verter. Mexa de vez em quando para verificar que não se pega. Demora sensivelmente  180 minutos. Para verificar o ponto do doce tire uma colher, deixe  arrefecer, coloque num prato e veja se faz  ponto de estrada, (ao passar com a ponta da colher o doce separa-se e deixa um espaço aberto entre ambas as partes).

Coloque em frascos esterilizados, feche bem e ferva deitados durante cerca de 20 minutos, para fazer vácuo. Retire e deixe arrefecer com a tampa para baixo.

Nota: se o melão for grande pode optar por usar duas vagens de baunilha.

Cozinha das nossas avós

Toda a vida nas nossas casas se aproveitaram os restos de comida para fazer outros pratos. Sobrava um bocado de carne assada ou de cozido à portuguesa e no dia seguinte lá aparecia um empadão ou uns croquetes. Com o peixe acontecia o mesmo. De vez em quando o prato do dia eram umas pataniscas de bacalhau, ou até uma omelete de peixe e que bom estava.

Nesta secção quando se proporcionar colocarei receitas em que o ingrediente principal vem de outros pratos, porque afinal de contas não temos que comer o mesmo todos os dias!

Empadão de Carne

Grau de Dificuldade:
Fácil


Tempo de elaboração:
60 a 90 min.

Ingredientes:

500 gr. Carne assada ou estufada

1kg. Batatas

75 gr. Manteiga

Leite

Sal

Pimenta

Noz Moscada

Preparação:

Corte a carne em pedaços pequenos e triture com a picadora ou robot de cozinha. Junte ao molho da carne e envolva. Reserve.

Coza as batatas durante aproximadamente dez a quinze minutos. Retire do lume escorra bem. 

Triture as batatas com a varinha mágica. Adicione 75 gr. de manteiga e um pouco de leite morno. A quantidade de leite depende da consistência que pretende dar ao puré podendo variar entre os cem e os duzentos ml. 

Tempere com sal, pimenta e noz moscada.

Unte um tabuleiro com manteiga e coloque uma camada de puré. Se estiver muito quente ou brando, reserve um pouco no frigorifico antes de colocar a carne.

Depois de colocar a carne disponha o resto do puré por cima. Bata uma gema de ovo e pincele. 

Pode fazer desenhos com a ajuda de um garfo.

Leve ao forno para dourar.

Sirva acompanhado de salada.

Comentarios

06.02.2018 15:32

Aurea

Todas as receitas são excelentes,parabéns ;)