12. oct., 2017

Conservas portuguesas

Enquanto espero pela hora de embarque nos aeroportos tenho tempo para quase tudo... Beber café, comer, espreitar os quiosques e lojas... Foi numa dessas ocasiões no aeroporto da Portela em Lisboa, que encontrei uma loja que me chamou a atenção. Um espaço gourmet onde a “Marca Portugal” está bem representada com artigos que iam desde os vinhos ao sal de gema, sem que faltassem claro está as nossas conservas de peixe. Pequena, bem arrumada, produtos selecionados, mas no fundo aquilo a que a minha avó chamaria uma mercearia, Não vou dizer que me pareceu estranho, afinal na minha bagagem já levava algumas lembranças para os meus amigos, algumas das quais latas de conserva! Portugal viu surgir a primeira fábrica no final do século dezanove e a partir daí esta indústria cresceu tanto que na década de trinta eram mais de cento e cinquenta as fábricas conhecidas. O método utilizado na elaboração das conservas baseia-se na descoberta de Nicolas Appert em 1809, que aquecia a comida em recipientes fechados com rolhas de cortiça, produzindo o vácuo. Este método surgiu como resposta ao apelo do governo francês para fazer chegar comida em boas condições às frentes de batalha e acabaria durante a segunda guerra mundial por tornar-nos nos maiores exportadores do mundo. Muitas das nossas indústrias foram desaparecendo ao longo dos anos, restando pouco mais de duas dezenas que ainda assim nos representam bem. Muitas delas pequenas empresas familiares que se prezam de manter os métodos tradicionais e utilizar produtos de boa qualidade conseguindo conservas apetecíveis quer em sabor como em aspeto. Há ainda um certo revivalismo e é difícil resistir às embalagens com designs modernos ou vintage e se tivermos em conta o cada vez maior número de lojas especializadas que reúnem o melhor dos diversos fabricantes nacionais é muito complicado sair de mãos a abanar!