2. jul., 2017

"Marcas antigas e marcas novas"

Subir a Calçada da Glória por volta do meio-dia, no mês de Maio é uma boa atividade para começar um domingo mais a mais se tiver uma mochila carregada de livros. Mas quando o que nos move é a ideia de um bom pequeno-almoço na Padaria Portuguesa do Largo do Camões conseguimos forças para isso e mais! Caminhar na cidade relativamente cedo dá-nos a rara oportunidade de ver coisas que em condições normais nos iriam passar despercebidas ou dificilmente poderíamos registar com a máquina fotográfica. Ver os edifícios na totalidade sem automóveis ou autocarros que passam precisamente quando está a fazer uma foto, olhar para as montras e jogar com os reflexos enquanto brincamos com a objetiva... A primeira montra que me chama a atenção é a dos Gellati di Chef com uns cones de gelado enormes feitos em lã de rede de Esmirna. Logo a seguir a loja da Claus Porto, uma fábrica de sabonetes cujo cartão-de-visita é um sabonete de cerca de um metro pendurado na montra, uma reprodução perfeita dos sabonetes que usávamos para o banho. Com este cartão-de-visita associado à simpatia da funcionária a visita à loja é obrigatória. O espaço era uma antiga farmácia cujos móveis originais foram reaproveitados e muito bem, como expositores dos vários tipos de sabonetes cremes e perfumes da marca. Continuamos a andar sem muita pressa para ser sincero, apesar da hora a fome ainda não aperta, e chego à Padaria Portuguesa, que como seria de esperar está completamente cheia àquela hora. A perspetiva de me ver com um tabuleiro de comida nas mãos e sem lugar para sentar não é a mais agradável e decido procurar outro sítio sem dar qualquer possibilidade argumentar. Talvez outra pastelaria que vira quando descia a rua da Misericórdia, mas também está cheia e vejo como tábua de salvação a lojinha que vira no outro lado da rua e que me chamou a atenção, a Chocolataria Equador.

Parece uma loja pequena mas o espaço estreito é compensado em comprimento. Dividida com três arcos de tijolo descoberto consegue criar diferentes espaços. Ao entrar somos recebidos por estantes e expositores de chocolates e tabletes magnificamente arrumados. Até aí não parece nada extraordinário mas quando avistamos o balcão vitrina com uma variedade tremenda de bombons de diferentes sabores, seguidos de expositores em acrílico com tabletes de chocolate com frutos secos e tudo o que se possa imaginar… Mesmo ao fundo da loja uma pequena zona de cafetaria onde tomar café ou chocolate. Não era propriamente a ideia que tinha de um bom pequeno-almoço, mas era a ultima hipótese e aquele chocolate quente estava mesmo bom! Enquanto o chocolate arrefecia aproveitei para visitar a loja e comprar alguns chocolates. A variedade complicava a escolha e atendendo ao calor optei pelas barrinhas tendo tido a sorte de escolher o chocolate com caramelo explosivo. É aquilo que poderia definir como uma surpresa para os sentidos quer em termos de sabor como de sensações. É de destacar a disponibilidade do funcionário para explicar a origem da marca e responder às dúvidas sobre os chocolates. O único senão é que terá de fazer uma lista dos chocolates e bombons se pretende prová-los todos. E desengane-se se pensa que não vai visitar frequentemente a Chocolataria!